domingo, 17 de julho de 2011

Será que o Campeonato que eles falam é bom mesmo??? – Parte 2

Demorei, mas estou de volta continuando a análise sobre como anda (na minha visão é claro) o Campeonato Paulista de Futsal, em todos os seus principais aspectos, dentro e fora de quadra.

Atualizando um pouco a situação desde a postagem da primeira parte (que pode ser conferida aqui) descobri que alguns campeonatos estaduais como o Paranaense (essa eu já sabia) e o Cearense, que é a terra do atual (único, eterno, vitalício...) presidente da CBFS, Aécio de Borba Vasconcelos, tem sim transmissão em TV aberta (por sinal, no Ceará tem duas emissoras transmitindo, diga-se de passagem).

A primeira fase da Liga Futsal já terminou com quase todas as equipes paulistas que disputam as duas competições classificadas para a segunda fase do torneio (Santos/Cortiana, São Caetano/Corinthians, Intelli/Orlândia, São José Futsal e Suzano). Apenas o São Paulo/Marília que ficou em 18º na fase de classificação da competição nacional, foi eliminado.

Já a primeira fase do Paulista, por incrível que pareça, terá seu fim na Sexta-feira dia 22/07 com a realização de quatro partidas, que começam a serem disputas a partir da terça-feira dia 19/07, mas os 12 classificados para a próxima fase já estão definidos (podendo só alterar as posições finais na classificação). A ESPN Brasil, como de habitual, ignorou o campeonato todo até agora, apenas dando destaque às suas transmissões exibindo mais dois jogos do Santos/Cortiana (contra a Intelli e o São Caetano/Corinthians) e (aleluia!!!) o primeiro jogo sem a presença da equipe da Vila Belmiro em quadra (provavelmente o único nesta fase). Paulista/Cimentolit e Itapeva foram os times contemplados na transmissão (por sinal, no site da ESPN não há uma única citação, matéria, vídeo ou qualquer coisa referente a esta partida – absurdo é o mínimo a ser dito pela atitude tomada pela emissora).

Depois destes fatos, vamos a mais algumas observações sobre o campeonato:

3) A Relação Comercial

Assunto batido em tudo quanto é lugar, mas não poderia sequer de deixar de citar neste assunto que aqui todos os lados (clubes, mídia e federação) têm culpa no cartório.
Eu entendo perfeitamente que os clubes se quiserem sobreviver neste ramo (assim como em outros esportes) precisam fazer contratos de patrocínio com várias empresas e “partilhar” o seu uniforme com elas, para conseguir pagar as suas contas (transformando em muitos casos em abada, como diz o Erich Beting). Mas não consigo em hipótese alguma admitir que alguns deles façam de seus nomes, um tremendo loteamento de nomes, uma página de classificados (obrigado pela inspiração Marcelo Laguna e Esporte Fino) na hora de divulgar sua equipe. Não quero entrar em muitos detalhes (até porque se entrar em fundo no assunto ficarei até a semana que vem falando nisso apenas), mas o Santos, Automóvel Clube (de São José do Rio Preto), Santo Antonio Esporte Clube e o FIB (de Bauru), têm no mínimo três patrocinadores juntos aos nomes oficiais das equipes na competição.

Já para a mídia, a maioria em geral e não apenas a ESPN Brasil (detentora dos direitos de transmissão do certame), as críticas são bem que óbvias (pode ser meio clichê falar isso mais uma vez, mas isso teima em ainda acontecer em larga escala por aqui). Câmeras focadas apenas na cara do entrevistado, “censura comercial” na citação e na nomenclatura dos nomes dos times e até das arenas (também não vou entrar no assunto em demasia, mas eu não consigo trabalhar com o nome de uma equipe quando na verdade tem outro nome – algo que me incomoda demais), restrição no uso dos ginásios, determinar jogos, horários, alterações de regulamentos, lugares para as suas transmissões a bel prazer dos seus interesses (e os outros interessados que se lasquem), entre outras conhecidas atitudes que a maioria sabe do que estou falando.

Resultado da mistura: Clubes e patrocinadores, que muitas vezes investem pesado na formação de seus times, mas que às vezes abusam do bom senso nos nomes, não recebem os devidos créditos e, quando recebem, acabam limados por decisões comerciais de boa parte da mídia, se tornando os “bobos da corte” do espetáculo (duvido que todo mundo saiba que o Corinthians tem parceria com São Caetano no futsal, algo não citado normalmente na mídia). E fazem que o investimento, em sua maioria, não dê o retorno esperado. Já teve muito time que simplesmente encerrou suas atividades (o mais recente é o RCG Garça) por estes motivos. E nem sequer falei da necessidade (de vários clubes) pelas verbas municipais.

4) O Público

Com os dados acima e no primeiro post sobre o assunto, a falta de visão de marketing por parte de dirigentes e mídia, a deficiente divulgação do campeonato (com exceção de alguns blogs – bons, diga-se de passagem – fica praticamente resumida ao site da Federação), é claro que o público tende-se a ser baixo em boa parte das partidas (principalmente primeira fase e partidas feitas em horários inadequados, inclusive em outras fases). Nem grandes clubes como o Corinthians (que tem parceria com São Caetano EC) e São Paulo (que tem parceria com a cidade de Marília) conseguem trazer público para os seus jogos. A exceção fica ao interior, que por possuir rádios e outras mídias locais que cubram as partidas, o acesso fica mais facilitado e os jogos costumam ter mais público que em grandes centros (não chega a lotar feito “panela de pressão”, mas normalmente temos mais pessoas nos jogos).

5) O Presidente

Aqui certamente estarei entrando em polêmica (e das grandes). Antes de qualquer coisa, não tenho absolutamente nada contra o atual presidente da entidade, Ciro Fontão de Souza. Pelo contrário, devo e tenho que reconhecer que foi um dos mais ativos dirigentes que deram visibilidade, espaço e popularidade em grandes mídias ao antigo Futebol de Salão no final da década de 70 e início da década de 80 e sua constante profissionalização ao longo dos anos e conseqüentemente do descobrimento inúmeros talentos que fizeram e/ou fazem sucesso nas quadras. Que o site da FPFS é bom (abra o olho CBB e LNB!!!), informativo, com informações de todos dos campeonatos que ela organiza e com uma seção de arquivos muitíssimo interessante (você pode por exemplo assistir a final do primeiro mundial de futsal, em 1982, entre Brasil e Paraguai). Mas o que me intriga é o seu apego ao cargo que ele tem (o que por aqui, aliás, muitos outros dirigentes possuem este mesmo hábito). É ele o presidente da Federação desde 1989, fora que exerceu o mesmo cargo entre 1977 e 1985, ou seja, terminado 2011 (e ficando no cargo é óbvio) ele esteve como presidente em 32 dos últimos 34 anos e parece que não largar o osso tão cedo, mesmo com quase 87 anos. E a Democracia, onde fica nesse meio todo???

Para o último post, pretendo dar algumas idéias e sugestões, e criticar o que deve ser criticado, para melhorar o campeonato no futuro. E algumas novidades serão anunciadas em breve. Por isso, Fiquem ligados!!!

sábado, 18 de junho de 2011

Acreditem, os parceiros se tocaram que eles existem

Quase dois meses depois de sua última partida do Campeonato Paulista de Futsal transmitida e exibida no canal (e conseqüentemente ignorando o restante da competição até então), a ESPN Brasil anunciou a transmissão de Santos/Cortiana e Intelli/Orlândia para este Domingo (dia 19) às 13h45min em Santos.

Vou entrar com maiores detalhes em outro post, mas a divulgação da emissora continua a fazer alta concorrência com a Sportv e o NBB (os campeonatos e os parceiros são bem diferentes, mas o tratamento entre um e outro parecem bem iguais). E por quê??? Simples, no site, na seção “Programação”, o jogo é citado como Santos x Intelli (veja aqui). Até aí tudo bem (e coerente, diga-se de passagem), mas nas chamadas da TV a equipe virou apenas “Orlândia”, algo não apenas praticado nesta emissora, mas outras emissoras mais famosas (para os que ainda não sabem, Orlândia é cidade-sede da equipe). Isso sem contar que na seção de futsal do site (já falei sobre isso aqui), o campeonato é literalmente ignorado e só ganha a devida importância apenas quando a emissora transmite jogos (bem diferente da Liga Futsal).

É bem provável, que com o fim dos campeonatos europeus a emissora passe a dar mais importância ao campeonato (cuja a Federação Paulista fica “babando o ovo” por a ter a ESPN como emissora parceira), com mais jogos sendo transmitidos, mas fico com a plena sensação de que a ESPN trata apenas como “enchimento de lingüiça” na sua grade de programação. Tudo bem que não interferem tanto na competição como fazem outras emissoras, mas se o campeonato é de fato um dos mais fortes do Brasil (falando em estaduais é claro), a divulgação não deveria ser à altura do mesmo???

OBS: Já falei também aqui, mas nunca é demais relembrar. Em pouco mais de três meses de primeira fase, apenas (eu disse bem, apenas) três jogos foram transmitidos pela emissora (contando com a partida de amanhã) e sempre contando com o Santos, obviamente por ter um grande elenco repleto de estrelas, como Falcão e o técnico Fernando Ferreti. Mas essa será apenas a primeira transmissão com o atual campeão. Será que a importância da emissora dos times está bem distribuída nesta questão???

domingo, 5 de junho de 2011

Será que o Campeonato que eles falam é bom mesmo??? – Parte 1


Depois de mais de dois meses de inatividade (devido a muitos fatores como Pós Graduação que estou fazendo, tarefas do meu serviço, problemas particulares entre outros imprevistos que a vida oferece), volto para este humilde espaço para falar de futsal, em especial o Campeonato Paulista Adulto da modalidade, organizado pela Federação Paulista de Futsal (FPFS). Tanto de dentro quanto (principalmente), fora das quatro linhas.

É bom ressaltar, que é um dos campeonatos estaduais mais equilibrados do Brasil (junto com os estaduais da Região Sul), além de ter alguns dos melhores jogadores do Brasil, e até do Mundo, na atualidade (principalmente quando tem um tal de Falcão, jogando em Santos, entre eles), mas que ainda no meu ponto de vista peca em alguns aspectos que vou enumerá-los a partir de agora (como este texto fala de muita coisa e é muito grande, vou dividi-lo em 3 partes a começar por esta que fala das datas e da mídia):

1) As Datas

Para os que ainda não sabem, o campeonato paulista deste ano teve o regulamento alterado (mais uma vez, diga-se de passagem, e pelo menos melhor elaborado que o do ano passado) fazendo que os 16 times joguem menos durante a competição e evitando, assim, um maior desgaste físico dos seus jogadores já que boa parte destes times além de jogarem o Paulista, disputam também a Liga Futsal (alvo direto de críticas por parte da FPFS, pelo inchaço de times participantes e pelo calendário recheado de datas, prejudicando federações com mais de 2 times participantes) além de outros torneios regionais de menor porte (como, por exemplo, as Copas organizadas pelas afiliadas da TV Globo). Mas ainda assim, o conflito de datas (e o inevitável adiamento de jogos) é muito evidente principalmente quando você olha a classificação e quantos jogos cada equipe disputou até o momento (Exemplo: o Santos/Cortiana atualmente está a 7 jogos disputados à menos do que alguns adversários). E não foram poucas as mudanças de datas e horários feitas pela Federação Paulista, para não bater de frente com os interesses da Liga Futsal (evidentemente a principal prioridade para a maioria dos participantes).

Daí a confusão está feita: jogos cada vez mais adiados, tabela cada vez mais confusa, times que chegam até a jogar em dias consecutivos para tirar os atrasos causados por outras competições e atletas desgastados (mesmo nos times com grandes elencos).

2) A Parceria com a Mídia

Não é de hoje que a FPFS enaltece a parceria televisiva que tem com a ESPN Brasil. Afinal, de acordo com o discurso da entidade, são 15 anos (que começou praticamente com a criação da sucursal brasileira do canal americano de esportes) que a emissora transmite o campeonato paulista da modalidade (assim como o de basquete e o de handebol). Inclusive esse ano o próprio presidente da entidade, Ciro Fontão de Souza, se tratou de negociar pessoalmente com a emissora (por sinal, negociou quase um mês depois de o campeonato ter começado). E depois soltou uma nota no site dizendo que a cobertura da emissora foi sensacional após a transmissão de uma partida.

Mas uma coisa é enaltecer a parceria, dizendo para todo mundo as maravilhas de ter uma emissora de TV (mesmo que sendo fechada) como uma das divulgadoras de seu campeonato e assim aumentar o poder de expansão para um maior número de pessoas, tanto para ela quanto para as equipes e patrocinadores. Outra coisa é como a parceira (no caso a ESPN Brasil) trata o campeonato, tanto no site quanto na TV e no Rádio, e também a todos os clubes da qual participam da competição e, por conseqüência, da própria Federação.

E são vários exemplos que posso aqui citar sem medo de errar em nada. Em quase três meses de disputa apenas dois jogos foram transmitidos pela emissora (ambos com o Santos/Cortiana, contra o São José Futsal e o São Paulo/Marília já com mais de 1 mês de disputa), cancelou alegando problemas de viabilidade técnica (algo noticiado apenas no site da Federação e inacreditavelmente ignorado pela emissora) a transmissão de um terceiro jogo (Mesc/São Bernardo x São Caetano/Corinthians) e simplesmente mostrou nenhum jogo no mês de Maio!!!! Pior que isso, a divulgação em outros meios (como na TV e no site) é apenas em cima dos jogos em que ela transmite, ou seja, enquanto a emissora não está em evidência, o campeonato é simplesmente ignorado, deixando os “Fãs de Esporte” e os demais envolvidos literalmente na mão (tem vários blogs e rádios locais por aí que dá de baile no trabalho da ESPN).

E isso sem falar que o Globoesporte.com noticia os resultados os jogos do Campeonato Paranaense (que se não me engano tinha transmissão em TV aberta pela TVE local) e da própria Liga Futsal (transmitida pelo Sportv com jogos todas as semanas) com muito mais intensidade.

Resultado: Mesmo tendo poucas rádios locais (a maioria em cidades do interior), e uma imprensa muito mais presente nestas regiões, o acesso as informações do campeonato e aos seus jogos ficam muito restritos a poucas pessoas fora dessas áreas perdendo uma grande oportunidade de aumentar seu potencial de consumo, mesmo com a FPFS tendo uma coluna (paga) no jornal Diário de São Paulo.

Quer comentar, criticar, argumentar fique à vontade na caixinha e este assunto continua nos próximos posts...

domingo, 20 de março de 2011

É Antigo, mas muito Atual



Se para mim uma coisa que não dispenso são os desenhos animados, principalmente os mais antigos como Tom e Jerry, Looney Tunes, Hanna Barbera, Disney, alguns japoneses (mais antigos como Cavaleiros do Zodíaco e Captain Tsubasa) e, principalmente, Pica Pau, entre outros casos que agora não me vem à cabeça. E o que isso tem a ver com o assunto as propagandas na televisão, em especial aos merchandisings???

Simples, já que não é de hoje que as emissoras de TV fizeram de alguns programas uma tremenda feira livre ou outdoor ambulante para exibição sem freios de serviços e produtos de qualidade muitas vezes duvidosa (e nem estou contando a venda deliberada de horários para estes mesmos fins, prática até mesmo feita por canais fechados), é sensacional que alguém a mais de 50 anos atrás tenha feito essa análise de maneira irônica e engraçada, por meio do Pica Pau, de assistir mais anúncios dos diversos produtos do que o conteúdo do programa favorito. Por mais antigo que possa ser, nunca deixará de ser atual. Curta o desenho abaixo:


Leia também: Fazer merchandising virou regra nº 1 nos programas de TV (matéria do portal Bem Paraná)

Eu Estarei Lá!!! - Parte 2


Estréia hoje na Fox às 20 horas, a 22ª temporada de “Os Simpsons”, sitcom americana muito conhecida do público de todos os lugares e idades, que retrata de maneira humorada e irônica as rotinas e costumes da classe média americana. É exibida desde 1989 por lá e pousou em terras tupiniquins em 1991 pela Rede Globo, que exibe essa série atualmente em TV aberta (sem as aberturas originais infelizmente) depois de anos sendo mostrado pelo SBT (quando era grande na época). Foi inclusive por aí no SBT que comecei a gostar dessa série e me identificando pelos personagens e também pelas aberturas sempre diferentes umas das outras (um dos diferenciais marcantes dessa série). E com as aberturas abaixo que me preparo para a abertura da temporada de logo mais. E você???

Coletânea de diversas aberturas ao longo dos anos:


Abertura do Episodio 20 da última temporada ao som de "Tik Tok" da Kesha:

domingo, 6 de março de 2011

Eram apenas cinco meninos

Há vinte anos ninguém esperava que cinco rapazes vindos de um bairro simples de Guarulhos, começariam a trilhar um caminho por uma banda de canções sérias chegariam em questão de pouco tempo ao mais alto dos estrelatos fazendo seu primeiro e único disco vender que nem garrafa de Coca-Cola, todas as suas músicas desse mesmo CD serem cantadas por milhões de pessoas, de todas as idades e estilos, (coisa que pouquíssimos conseguem hoje em dia) á plenos pulmões em todos e concorridos shows e elogiadas pela maioria dos críticos, inclusive os mais caretas e ranzinzas, tudo isso com uma sonoridade roqueira, misturada a outros estilos e com letras bem inteligentes e debochadas a começar pelo próprio nome da banda.

Que suas apresentações em programas de TV e Rádios ficaram marcadas pela irreverência de suas apresentações e pelas ousadias (que era uma palavra restrita naquelas épocas) dos seus integrantes em fazerem coisas na frente das câmeras que poucos acreditariam seja ao vivo ou em playback (até hoje acho que foi a melhor banda que se dava melhor neste tipo de situação).

Que faziam shows históricos diante de milhares de pessoas e quando chegavam em seus redutos eram considerados heróis e viviam com a mais pura simplicidade como se fossem anônimos a busca de sucesso.

Que até hoje, as emissoras, artistas e o público os reverenciam por todos os feitos que conseguiram em único disco e mesmo sem saberem se conseguiriam manter o fôlego (dois discos póstumos foram lançados do fim da banda) com especiais e diversas versões de suas músicas.

Que esta banda foi criada no mesmo bairro onde mora parte dos meus familiares e onde tive a oportunidade de ver diversos shows tributos em homenagem a eles (apesar de que não passo por lá há algum tempo).

Que estes cinco meninos fizeram sim parte da minha infância e desde a ida deles ao andar de cima há 15 anos, o mundo das músicas de deboche (assim como foi com outros grandes artistas) nunca mais foi e será o mesmo.

Eram apenas cinco meninos da banda MAMONAS ASSASSINAS.




Eu ligo o Verde, e depois você liga o Amarelo

Bom, já é de conhecimento de todos nós basqueteiros que no Domingo passado (dia 27/02) o Santo André/Semasa venceu o Ourinhos Basquete por 65 a 49 na partida única da final da primeira edição da LBF – Liga de Basquete Feminino (veja aqui). Até aqui, tudo ótimo, que o Santo André mereceu o título, fez a partida com muita autoridade e não deixou se abater em algum momento, mesmo no apagão do final do 2º quarto quando levou a virada do adversário; que Micaela, Ega e Ariadna foram monstros em quadra; que a técnica Laís Elena foi uma baita guerreira (como vem fazendo com muita competência há quase 30 anos com o basquete na cidade) e, em minha opinião, a maior responsável pela conquista; que as meninas do Ourinhos e seu técnico Antonio Carlos Barbosa (Bronze com o Brasil no Basquete Feminino em Sydney-2000) também merecem nossos reconhecimentos e cumprimentos pela campanha obtida no torneio, que o público presente no ginásio da A.E. São José foi bom (não chegou a lotar, teve os famosos claques de estudantes, mas teve um público maior do que eu esperava), mas não é sobre o jogo em si o motivo que me leva a fazer este post.

A história é que a final em partida única, em quadra neutra (o jogo foi em São José dos Campos) e em horário pouco comum (às 10 da manhã), foi colocada no regulamento, com consenso dos clubes, como um dos pretextos para que a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão da LBF, transmitisse a partida ao vivo e na íntegra em TV Aberta (o restante do Campeonato seria transmitido pelo canal fechado Sportv). A princípio, a intenção da organização da Liga (leia-se CBB) era a que sua “parceira” fizesse a transmissão da final com destaque no programa Esporte Espetacular, mas com o desenrolar dos acontecimentos e com as notícias a respeito da transmissão perto do dia da partida decisiva, o jogo ficou de não ser encaixado na grade do Esporte Espetacular, então restou a eles a última esperança de fossem exibidos flashes ou momentos finais da partida durante o mesmo programa.

Mas infelizmente nada disso aconteceu. Vou usar da minha experiência aqui. Liguei a TV logo cedo no Sportv2 (que transmitiu o jogo) e fui zapeando na Globo durante o decorrer da partida para saber se falaria alguma coisa do jogo durante os eventos que a emissora estava transmitindo. O jogo aconteceu, os 4 tempos passaram, Santo André ganhou o jogo e o campeonato, jogadoras e comissão técnica choraram, fizeram festa, receberam medalhas e troféus, comemoram com a torcida e tudo mais que tivessem direito. A transmissão do Sportv 2 terminou e absolutamente nada da Globo falar sobre a decisão. Para se ter uma idéia do tratamento que é dado ao esporte olímpico brasileiro, enquanto o Sportv2 mostrava a final da LBF, a Globo mostrou principalmente o Fast Triatlo; o final da Meia Maratona de São Paulo; gols do Sábado; matéria sobre um campeonato de vôlei de praia entre ex-jogadores e celebridades e uma entrevista com a Fabi e outra jogadora, que agora não lembro o nome, do Unilever (que na Globo – e em outras mídias também diga-se de passagem - simplesmente vira “Rio de Janeiro”) sobre o que fazem fora das quadras (na minha opinião, muito pouco para quem também é “parceiro” desse esporte no Brasil e cá entre nós, cadê os resultados da Superliga hein???). Só depois disso tudo que você leu e com a transmissão do canal fechado encerrado é que a Globo deu falou sobre a partida final da LBF. Falou do jogo (incluindo a homenagem a Helen) por apenas um minuto com a superficialidade de sempre e encurtando o assunto para logo em seguida entrar a matéria que falaria do último jogo de Ronaldo (contra o Tolima na Libertadores) antes de se aposentar.

Resultado de tudo isso??? Assim como aconteceu dois dias antes, quando o Sportv deixou de mostrar uma partida do NBB para exibir Tênis (relembre aqui), o basquete brasileiro sai mais uma vez perdendo na sua busca pela massificação da modalidade, se curvando aos interesses cada vez menos interessantes de sua “parceira”, aceitando qualquer ordem (seja mesmo de última hora e com o objetivo de detonar os contratos afirmados) e ficando a ver navios com as tais promessas que nada foram cumpridas em nome de outras competições (o que nada tenho contra aos amantes destes esportes exibidos no programa). E o pior, é que os clubes, a CBB, as empresas que bancam os times pouco (ou nada) fazem para mudar a situação desse quadro. É uma pequenez tamanha que beira o absurdo. Acham que só a transmissão em TV aberta (qualquer uma que seja) vai resolver todos os problemas e esquecem que há outros meios para isso. E isto sem contar com o tamanho desrespeito com os torcedores dos times finalistas da LBF das quais muitos deles não poderiam ver o seu time jogando a partida final (só para ter uma idéia, quem era de Ourinhos teve que suportar uma viagem de oito horas de ônibus só para ver o seu time jogar e do claque de estudantes locais para preencher os espaços vazios do ginásio), apesar da fórmula ter sido elogiada pelos dirigentes e jogadoras.

Que estas situações que aconteceram na semana passada, sejam de fato suficientes para que os dirigentes dos clubes e da LNB ligarem o sinal amarelo para os riscos que já estão correndo com a parceria com a Globo (é o terceiro ano dos dez firmados em contrato). Tal parceria que “obrigou” e culminou com as mudanças da forma de disputa que culmina na “prometida” transmissão em TV aberta da partida única da final do próximo NBB (sou contra a essas mudanças, mas vou deixar para falar sobre isso em outro post) e que já sentiram na flor da pele com o devido tratamento dado à liga pela emissora carioca (assim como em outros esportes como Vôlei, o Futebol e Stock Car). Torço muito para que os responsáveis do NBB (sei muito bem que eles têm competências para organizar a liga) se toquem o quanto antes destes erros, antes que o próximo campeonato só passe a ter a importância quando a bola laranja aparecer em telas globais no dia 10 de Junho de 2012 (e em outros campeonatos com esse tipo de regulamento). É esperar para ver.

Crédito das fotos: Gaspar Nóbrega e Marcello Ferrelli (Inovafoto)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Eu Estarei Lá!!! - Parte 1


Para não acharem que estou aqui só para meter o pau em tudo e todos, também neste espaço estarei divulgando alguns eventos que merecem (ao meu ver) a sua presença. Claro que há muitos blogs e sites melhores para esse tipo de finalidade, mas com o pouco posso estar contribuindo bastante para a nossa cultura. O primeiro evento será daqui a pouco (às 14 horas precisamente falando) e será um Workshop do famoso guitarrista Faiska (Fábio Jr, Ney Matogrosso, Rita Lee, Artista Solo) aqui em São Paulo na Avenida Paulista, perto do Metrô Trianon-Masp, com entrada à preço acessível a todo mundo. Maiores informações você terá acessando aqui.

Mais Um dos Cúmulos do Absurdo


Vejam aqui a tabela de transmissões de jogos, divulgado no site do Sportv no início deste mês, em especial aos jogos do dia de ontem (25 de Fevereiro):

Pois bem, a principio o canal esportivo à cabo da Globo estaria transmitindo dois jogos da NBB entre paulistas e capixabas a começar por Vitória Basquete/CECRE e São José/Unimed/Vinac às 16 horas (antes de continuar deixo claro que os nomes do times serão respeitados integralmente e agora cá entre nós... como podem os clubes se sujeitarem a jogar basquete nesses horários grotescos até mesmo longe de seus verdadeiros ginásios, onde a grande maioria das pessoas - como eu, por exemplo - estão trabalhando, apenas para aparecer na TV e fazer caixa com a exibição dos patrocinadores???) e três horas depois, Vila Velha/Garoto/BMG/UVV (o dono da casa) e Winner/Limeira fariam a partida de fundo da rodada televisiva. Agora vejam os recados (ou Tweets) da Liga com relação à transmissão do Twitter ofícial do NBB:

O @Sportv não transmitirá a partida entre @vilavelhabasket e @WinnerLimeira ao vivo, devido ao jogo de Thomaz Belucci...

e pouco tempo depois...

A partida @vilavelhabasket@WinnerLimeira irá para o ar às 2h e às 8h da manhã no @Sportv.

Ou seja, horas antes da partida acontecer, o canal decidiu não exibir a peleja para exibir o jogo de Thomaz Belucci pelas semifinais do ATP de Acapulco (nada contra o Tênis, pelo contrário sou muito a favor, principalmente quando tem um brasileiro jogando partidas importantes). Até aí tudo bem, o Sportv tem o direito de fazer o que bem entende em sua programação, porém empurrou o jogo (que seria transmitido ao vivo) para ser exibido em VT às 2 e às 8 horas da manhã, para inconformismo de muita gente.

Agora eu te pergunto: Será que é para isso tudo que aconteceu ontem (e que pode ocorrer outras vezes) que a Liga Nacional de Basquete e os clubes concederam à Globo a exclusividade por 10 anos de transmissão da NBB, acreditando serem a salvação do basquete brasileiro??? Será que é para isso que fizeram todas as vontades e desejos, ordens e desordens da emissora apenas para aparecer na TV para "todo o Brasil", se submetendo às piores situações possíveis e sendo tratados com um produto de segunda categoria, desrespeitando a todos principalmente os seus principais clientes, os torcedores???

Isso é o que veremos em um futuro próximo de nós...

Afinal, o Que Está Acontecendo Aqui???

Não é de hoje, que a principal base do basquete de clubes está no estado de São Paulo. E não é bobagem o que estou dizendo, já que no NBB estão 8 dos 15 times participantes e na LBF, 6 das 8 equipes que disputaram a liga (incluindo as duas finalistas da competição - Santo André/Semasa e Ourinhos Basquete) são deste estado e o seu campeonato estadual (tanto no masculino quanto no feminino) é o mais disputado, prestigiado e observado em nossa terras tupiniquins.

Só que nesta semana, a Federação Paulista de Basquetebol conseguiu mais uma de suas proezas, depois do bizarro regulamento do último campeonato masculino e de apenas 7 times no último feminino (sim, era esse o recorde). A entidade esta semana anunciou a realização de mais um Campeonato Paulista Feminino Adulto a ser disputado entre Abril e Maio próximos. Tudo lindo, até sabermos que só teremos 5 times na disputa(!!!!). Isso mesmo que você acabou de ler: 5 equipes. Americana (que é registrada como ADCF Unimed), Catanduva Basquete Clube (com os seus inúmeros patrocinadores embutidos no nome do time), Ourinhos Basquete, Santo André/Semasa e Basquete Clube de Araçatuba serão as pretendentes ao titulo paulista deste ano. Inacreditável também é que a segunda divisão do campeonato (chamada de A-2) terá 10 clubes (o dobro da A-1, a primeira divisão).

É óbvio que os representantes dos clubes chiaram demais sobre isso (principalmente o pessoal do Americana) e entendo que nem todos os times tem condições dignas para manter por uma temporada uma equipe competitiva e de qualidade, que a busca por um patrocínio (seja público ou privado) é algo considerado como uma questão de vida ou morte, que boa parte da mídia (principalmente TV) ignora o campeonato (só vai dar destaque quando algo de ruim e grave aconteceu ou para dizer quem ganhou a final), que o trabalho de marketing e massificação do basquete (com algumas exceções, é claro) beira a linha do zero em termos de criatividade, mas não dá para aceitar uma situação dessas em nosso basquete onde campeonatos são feitos de qualquer forma; com regulamentos, no mínimo, patéticos (lamento, mas acho que a final da LBF em um jogo único distorce todo o campeonato); jogos em boa maioria fracos em termos técnicos; falta de categorias base fortes nos clubes e absoluta miopia de muitíssimos dirigentes (ou serão ditadores???) do nosso glorioso basquete brasileiro que poucos fazem para melhorar o produto que estão manuseando no geral. Por acaso minhas senhoras e meus senhores é assim que o basquete feminino no Brasil vai crescer de forma decente no cenário com essas condições? Eu duvido e muito.

Claro que as cinco equipes representam (em boa parte) o melhor que o basquete feminino do Brasil tem a oferecer aos seus torcedores (se bem que a qualidade não é dessas coisas, é importante reconhecer isso), mas é uma pena que a Federação Paulista tenha mais uma vez entrado na barca furada do comodismo puro podendo fazer um campeonato só (com 15 times) muito competitivo do que dois torneios completamente distorcidos um do outro em todos os sentidos.

Em tempo: Eu imagino que o time do São Caetano, que foi extinto após a pífia campanha na LBF (mas não foi extinto por campanha e sim por motivos políticos) estará no campeonato da série A-2. Por favor me confirmem nos comentários se essa informação é verdadeira ou não.