domingo, 17 de julho de 2011

Será que o Campeonato que eles falam é bom mesmo??? – Parte 2

Demorei, mas estou de volta continuando a análise sobre como anda (na minha visão é claro) o Campeonato Paulista de Futsal, em todos os seus principais aspectos, dentro e fora de quadra.

Atualizando um pouco a situação desde a postagem da primeira parte (que pode ser conferida aqui) descobri que alguns campeonatos estaduais como o Paranaense (essa eu já sabia) e o Cearense, que é a terra do atual (único, eterno, vitalício...) presidente da CBFS, Aécio de Borba Vasconcelos, tem sim transmissão em TV aberta (por sinal, no Ceará tem duas emissoras transmitindo, diga-se de passagem).

A primeira fase da Liga Futsal já terminou com quase todas as equipes paulistas que disputam as duas competições classificadas para a segunda fase do torneio (Santos/Cortiana, São Caetano/Corinthians, Intelli/Orlândia, São José Futsal e Suzano). Apenas o São Paulo/Marília que ficou em 18º na fase de classificação da competição nacional, foi eliminado.

Já a primeira fase do Paulista, por incrível que pareça, terá seu fim na Sexta-feira dia 22/07 com a realização de quatro partidas, que começam a serem disputas a partir da terça-feira dia 19/07, mas os 12 classificados para a próxima fase já estão definidos (podendo só alterar as posições finais na classificação). A ESPN Brasil, como de habitual, ignorou o campeonato todo até agora, apenas dando destaque às suas transmissões exibindo mais dois jogos do Santos/Cortiana (contra a Intelli e o São Caetano/Corinthians) e (aleluia!!!) o primeiro jogo sem a presença da equipe da Vila Belmiro em quadra (provavelmente o único nesta fase). Paulista/Cimentolit e Itapeva foram os times contemplados na transmissão (por sinal, no site da ESPN não há uma única citação, matéria, vídeo ou qualquer coisa referente a esta partida – absurdo é o mínimo a ser dito pela atitude tomada pela emissora).

Depois destes fatos, vamos a mais algumas observações sobre o campeonato:

3) A Relação Comercial

Assunto batido em tudo quanto é lugar, mas não poderia sequer de deixar de citar neste assunto que aqui todos os lados (clubes, mídia e federação) têm culpa no cartório.
Eu entendo perfeitamente que os clubes se quiserem sobreviver neste ramo (assim como em outros esportes) precisam fazer contratos de patrocínio com várias empresas e “partilhar” o seu uniforme com elas, para conseguir pagar as suas contas (transformando em muitos casos em abada, como diz o Erich Beting). Mas não consigo em hipótese alguma admitir que alguns deles façam de seus nomes, um tremendo loteamento de nomes, uma página de classificados (obrigado pela inspiração Marcelo Laguna e Esporte Fino) na hora de divulgar sua equipe. Não quero entrar em muitos detalhes (até porque se entrar em fundo no assunto ficarei até a semana que vem falando nisso apenas), mas o Santos, Automóvel Clube (de São José do Rio Preto), Santo Antonio Esporte Clube e o FIB (de Bauru), têm no mínimo três patrocinadores juntos aos nomes oficiais das equipes na competição.

Já para a mídia, a maioria em geral e não apenas a ESPN Brasil (detentora dos direitos de transmissão do certame), as críticas são bem que óbvias (pode ser meio clichê falar isso mais uma vez, mas isso teima em ainda acontecer em larga escala por aqui). Câmeras focadas apenas na cara do entrevistado, “censura comercial” na citação e na nomenclatura dos nomes dos times e até das arenas (também não vou entrar no assunto em demasia, mas eu não consigo trabalhar com o nome de uma equipe quando na verdade tem outro nome – algo que me incomoda demais), restrição no uso dos ginásios, determinar jogos, horários, alterações de regulamentos, lugares para as suas transmissões a bel prazer dos seus interesses (e os outros interessados que se lasquem), entre outras conhecidas atitudes que a maioria sabe do que estou falando.

Resultado da mistura: Clubes e patrocinadores, que muitas vezes investem pesado na formação de seus times, mas que às vezes abusam do bom senso nos nomes, não recebem os devidos créditos e, quando recebem, acabam limados por decisões comerciais de boa parte da mídia, se tornando os “bobos da corte” do espetáculo (duvido que todo mundo saiba que o Corinthians tem parceria com São Caetano no futsal, algo não citado normalmente na mídia). E fazem que o investimento, em sua maioria, não dê o retorno esperado. Já teve muito time que simplesmente encerrou suas atividades (o mais recente é o RCG Garça) por estes motivos. E nem sequer falei da necessidade (de vários clubes) pelas verbas municipais.

4) O Público

Com os dados acima e no primeiro post sobre o assunto, a falta de visão de marketing por parte de dirigentes e mídia, a deficiente divulgação do campeonato (com exceção de alguns blogs – bons, diga-se de passagem – fica praticamente resumida ao site da Federação), é claro que o público tende-se a ser baixo em boa parte das partidas (principalmente primeira fase e partidas feitas em horários inadequados, inclusive em outras fases). Nem grandes clubes como o Corinthians (que tem parceria com São Caetano EC) e São Paulo (que tem parceria com a cidade de Marília) conseguem trazer público para os seus jogos. A exceção fica ao interior, que por possuir rádios e outras mídias locais que cubram as partidas, o acesso fica mais facilitado e os jogos costumam ter mais público que em grandes centros (não chega a lotar feito “panela de pressão”, mas normalmente temos mais pessoas nos jogos).

5) O Presidente

Aqui certamente estarei entrando em polêmica (e das grandes). Antes de qualquer coisa, não tenho absolutamente nada contra o atual presidente da entidade, Ciro Fontão de Souza. Pelo contrário, devo e tenho que reconhecer que foi um dos mais ativos dirigentes que deram visibilidade, espaço e popularidade em grandes mídias ao antigo Futebol de Salão no final da década de 70 e início da década de 80 e sua constante profissionalização ao longo dos anos e conseqüentemente do descobrimento inúmeros talentos que fizeram e/ou fazem sucesso nas quadras. Que o site da FPFS é bom (abra o olho CBB e LNB!!!), informativo, com informações de todos dos campeonatos que ela organiza e com uma seção de arquivos muitíssimo interessante (você pode por exemplo assistir a final do primeiro mundial de futsal, em 1982, entre Brasil e Paraguai). Mas o que me intriga é o seu apego ao cargo que ele tem (o que por aqui, aliás, muitos outros dirigentes possuem este mesmo hábito). É ele o presidente da Federação desde 1989, fora que exerceu o mesmo cargo entre 1977 e 1985, ou seja, terminado 2011 (e ficando no cargo é óbvio) ele esteve como presidente em 32 dos últimos 34 anos e parece que não largar o osso tão cedo, mesmo com quase 87 anos. E a Democracia, onde fica nesse meio todo???

Para o último post, pretendo dar algumas idéias e sugestões, e criticar o que deve ser criticado, para melhorar o campeonato no futuro. E algumas novidades serão anunciadas em breve. Por isso, Fiquem ligados!!!

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